domingo, 28 de fevereiro de 2010

MATER DOLOROSA


(esse texto foi publicado no dia 11/01/2010 no site MINSANE (www.minsane.com.br), no link: http://www.minsane.com.br/fanclub/colunabyinsanos05.html )


Mater Dolorosa
Por Jeam Camilo


“Tu que, ao sangue do teu filho mistura tuas lágrimas.
Tu, que sem perder teu brilho sufoca tuas mágoas...”

Um dos significados da palavra MÃE no Michaelis é:
6. Pessoa que protege muito a outra;

Também, mais adiante em suas definições, aparece o significado da expressão “IDÉIA MÃE”: idéia principal e geradora de uma obra.
Ao olhar a foto de Madonna, olhando para seus filhos, com olhar generoso e infinitamente amoroso, me comovi, sem perceber se era pela força do cuidado de mãe, ou se era, sob outro olhar, a verdadeira proteção: a dos filhos que rodeiam sua amada imortal, eterna e generosa, a MÃE.

Por esse ângulo, de onde advém à força de uma mãe, de uma idéia, ou de uma proteção senão a de, primeiramente estar protegida, rodeada de suas mais belas criações divinas? Sendo assim, vejo a foto como um flagrante raro do poder protetor do olhar, do amor incondicional, do carinho sem retribuição, apenas o amor como moeda no poderoso mundo dos filhos e das mães.
É de uma beleza tão absolutamente comovente o olhar e sentir aquele sentimento protetor e de acalanto, como se, num abraço, ou simplesmente num contato conjunto, TUDO fizesse sentido, e talvez o mistério da criação esteja ali: no sentido dos significados de um olhar, de um abraço, de uma existência feita para dar luz a outras.
A foto, o momento, e o significado daquele gesto, percebemos a presença de uma criatura que, aos olhos de religião e lei, destoa.

A mãe carrega em seus sentimentos, braços e atenção do olhar para uma pequena criatura que não saiu de si, mas veio para ela da mesma forma que um presente divino veio, e dois raios de luzes surgiram, chamados Lola e Rocco.

David agora faz parte da família e ela é sua mãe também.

Amplamente divulgado pela mídia, de forma massacrante e desrespeitosa, Madonna adotou o menino David Banda e, tempos depois, veio Mercy Jones.

Os primeiros registros de adoção, surgem já na antiguidade, com o documento Código de Hammurabi, do período de 1.728 a 1.686 a. C., onde haviam regras relativas a adoção.

No código, ficava bem claro em seus artigos, o fato de que “...uma vez adotado de modo irrevogável, tinha o filho adotivo os mesmos direitos hereditários do filho natural.”

Levando-se em conta a foto, objeto aqui analisado, podemos entender que, esses mesmos direitos referem-se também ao carinho maternal, a atenção e a todos os tipos de cuidados que as responsabilidades de mãe pedem.

Na Bíblia também temos vários casos de adoção, conhecidas pelo nome de levirato, entre os hebreus. Em alguns desses relatos, fala-se de Jacó, que adotou Efraim e Manasses, filhos de seu filho José; e de Moisés, adotado por Termulus, encontrado às margens do rio Nilo.

Também há os registros de grandes imperadores romanos que foram adotados sob o regime ad-rogatio (um esquema onde o adotante devesse ter mais de 60 anos e ser, pelo menos 18 anos mais velho que o adotado), como Scipião, Emiliano, Calígula, Tibério, Nero e Justiniano.

No gesto de adotar, de trazer para junto de si e de sua família, Madonna mais que abriu suas portas e já adiantou belas oportunidades para o pequeno e, desde já lutador David; ela abriu seu coração, e, num gesto grandioso, dignos de uma mater dolorosa, de uma mulher que se compadece, de uma mulher carregada de defeitos, capaz de um gesto dignos de uma grande mãe, ela decidiu REPARTIR seu amor, seu carinho e seu cuidado.

Sua segunda filha adotiva, chama-se Mercy, Misericórdia.

A intenção jamais é comparar Madonna a uma figura divina no sentido bíblico, mas ao olhar a foto de uma mater dolorosa, a mãe sofrida, a mãe que chora após tantas tribulações, sejam elas bíblicas, ou urbanamente contemporâneas, a mãe que ama, a mãe que protege, a mãe que precisa ser protegida, a mãe que sofre, a mãe que agüenta, é impossível não imaginar o quanto isso tem não apenas de poético, mas de um profundo e intenso sentimento de comoção, de beleza, de fé e de uma percepção da grandiosa presença divina.

O ato de adotar em si, reflete uma grandiosidade de espírito não apenas da mãe ou pai, mas de quem participa desse laço, no caso, os outros filhos.

A foto, o momento mágico daquele instante, daqueles olhares, daquele cuidado, reflete exata e perfeitamente a importância do REPARTIR... sem egoísmos, sem oportunismos... Madonna e seus filhos, a continuação de si mesma, parte dela, talvez por isso mesmo, como citado no começo do texto, fico em dúvida sobre se é ela quem protege, ou se está sendo protegida pelos seus... protegida pela própria continuação de sua existência, e David é agora e desde então, abençoado pelo amor repartido e incondicional.

Misericórdia... rogai por nós.

Stabat Mater Dolorosa
Luxta crucem lacrimosa
Dum pendebat Filius

(Estava a Mãe Dolorosa
Chorando junto à cruz
Da qual seu filho pendia)



Jeam Camilo


Informações retiradas de:

ALVIM, Eduardo Freitas. A Evolução histórica do instituto da adoção. (link)

MATER DOLOROSA, composição de Padre Zezinho;

STABAT MATER DOLOROSA, composição de Pergoleri, interpretada por Épica.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

... just like honey ...





Perdido num deserto de mediocridade
A beleza é uma metáfora
Sua intensidade acabou de me derrubar
Porque senti suas vibrações

Existe um lugar para nós?
Na verdade, existem os riscos
Mas as coisas poderão ser boas
Nos perdemos em vários pontos,
Mas não se esqueça:

Tudo será bom
Muito bom... tão bom

Consegue sentir isso também?
Consegue se entregar?
Consegue me dar a mão?
Eu posso fazer isso... eu posso fazer isso,
Preste atenção
Tudo será bom
Muito bom... tão bom...

As coisas poderão ser boas
Se fizermos dessa forma... dessa forma
Eu posso fazer isso... eu posso fazer isso...
por você... por nós