segunda-feira, 19 de julho de 2010

Capítulo 1 - Livro Sem título (Com Thais Miassi)

Por Jeam C.
No dia do desaparecimento, Emily havia seguido novamente sua estagnada rotina, como se fosse um replay de um antigo filme do Chaplin, sem a menor graça e glamour. Poderia ter sido qualquer outro dia igual ao outro dia, igual ao mesmo de sempre, mas não aquele.

Chegando ao escritório, Emily deparou-se com um, anormalmente irritado Sr. Ramón. Era de se estranhar, já que, diferentemente de sua esposa elegante e grosseira, o Sr. Ramón era desses tipos que temos dó ao vê-lo de braços dados com alguém como a Sra. Ramón.

Rosto cansado, porém altivo, como se tivesse levado uma vida toda dedicado ao trabalho e esquecido de desfrutar dos benefícios que um bom salário poderiam proporcionar, o Sr. Ramón desistiu de certas ambições pessoais ao se deparar com tantos casos obscuros, ao ter que lidar com as faces mais assustadoras do ser humano... a Sra. Ramón então, assumiu a dianteira, e, se impondo de uma forma quase ditatorial no casamento e nos negócios, foi a responsável pelo não afundamento da carreira dele, da empresa, e do casamento em si, ou o que restava dele.

Não era de se espantar, no entanto, que Emily o encontrasse com rosto cansado e deprimido, ainda mais naquelas circunstâncias de caos em que o local se encontrava. Na verdade, o escritório estava à beira de um colapso. A caixa de e-mails de Emily já acumulava 34 mensagens para serem lidas, todas com um único título: CASO JONATHAN. Sentou-se, e logo aparece Raul, um dos queridinhos e asquerosos protegidos da Sra. Rabugenta.

- Já sabe do caso?

- Saberei caso você me deixe trabalhar.

- Hummm, acordou de bom humor. Gosto dessas.

- Dessas como sua mãe?

- Epa! Calma lá! Leia sobre o menininho desaparecido. Teremos muito há conversar.

Mal sabia Emily que sim, iriam conversar muito ainda.

O caso não parecia muito anormal do que se encontra diariamente não fosse um detalhe: Jonathan, de apenas 4 anos, era filho de Klaus Andersen, poderoso e internacionalmente conhecido ilusionista. Casado com Tamara Oliveira Andersen, vieram ao Brasil para uma longa temporada de apresentações. Klaus ainda percorreria toda a Europa, mas Tamara queria dar um lar estabilizado para o pequeno Jonathan.

Na noite da última apresentação de Klaus, Jonathan simplesmente desaparece de dentro de sua casa. Sem pistas. Sem nada.

O mais importante para o caso, era a discrição, mesmo a mídia tendo tomado esse, como algo a ser difundido de todas as formas, sem escrúpulos, como de praxe.

Teriam problemas especialmente com Márcia Anteves, jornalista implacável, e, sim, algo digna num meio de pulhas.

A agência foi contatada minutos após os pais terem percebido o desaparecimento.

Emily estava perturbada. O pai e a mãe aparentavam frieza, mas era tão cedo ainda para afirmarem um envolvimento... era até mesmo insano pensar em algo do tipo.

Teria pela frente, longas horas para ver e rever papéis e e-mails, longas reuniões e discussões.

Era apenas algo superior à secretária, mas, numa agência de investigação, uma secretária nunca é apenas uma secretária e Emily revezava-se entre atender telefonemas, fazer pesquisas, organizando e cruzando documentos para formular relatórios especulativos sobre os casos... enfim, acabava fazendo uma pré-investigação antes de passar os dados dos casos.

Um fato a intrigou: Klaus já havia uma ficha lá. Em poucas páginas leu sobre seu primeiro casamento... e que Jonathan não era o primeiro filho seu a desaparecer...


(querem acompanhar do começo???

http://segundonabraba.blogspot.com/2010/07/prologo-por-thais-miassi.html

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