quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Da série: Beleza... põe a mesa?! Memórias do Analista de Bagé, opsss!, de um Arrogante Narcisista Desanabolizado,mas em processo de...





O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM O CORAÇÃO REALMENTE NÃO SENTE?


Num ônibus, vindo para o trabalho, um olhar logo cedo... a beleza irradia tanto quanto os raios de sol que já estão fortes...e queimam..., durante o dia, o pensamento que fixa num único lugar, um único tempo, uma única pessoa... de manhã...no ônibus...você...
Pois é... não nos vemos por todo o dia...mas o coração sente...e muito... E ela...como é bela!
É estranho que eu não pense na mocinha bonitinha com cadernos nos braços vindo para a faculdade; ou na mulher mais madura que trabalha perto do Shopping que tem um papo agradável. A beleza nos chama atenção por ser inatingível. E damos um valor supremo á ela, como se dela emanasse uma força que, advindo do outro, nos fortalecesse. Temos grande prazer ao ver algo belo e perfeito, porque aquilo nos devolve uma fé, porque o que é divino é belo, e um ser bonito, um objeto que reluz é algo divino, algo que nos faz pensar que estamos mais pertos de Deus, porque Ele é perfeição.
E dá-lhe mais cinco anos de análise ou três cirurgias plásticas para compreendermos que a beleza está na nossa essência. Ou então a gente nunca compreende isso, e vivemos com aquele sentimento imenso de vazio, como se faltasse algo. Não ficamos tristes por não sermos belos... ficamos completamente arrasados quando aquele nosso amigo belo ou a vizinha gostosona não estão mais pertos de nós, eles nos dão segurança de um inexplicável... equilíbrio, e somos egoístas porque sabemos que eles sofrem por não serem compreendidos de uma forma real, profunda. E somos cruéis porque sabemos que eles sofrerão e pensamos: “Graças à Deus que não sou eu!”.
Gostamos do belo porque não precisamos nos preocupar em lutar por eles. Se, na nossa cabeça, a perfeição aparente é inatingível, não fazemos nada além de admirar. Se, num ato de loucura, de um desvio que consideramos pecado mortal, conseguimos quebrar a barreira e chegar perto do ser divino, percebemos que aquilo é pueril, que o tal anjo é arrogante ou que tem mal hálito e o conceito cai por terra até acharmos outra figura mítica para quebrarmos novamente...e o ciclo continua... e o equilíbrio é mantido, como na fé, em que a ovelha se desgarra e depois volta para o seu rebanho. E somos cruéis por que não queremos ser belos... porque os belos precisam ser irrepreensíveis.... e ao final somos egoístas e tão rasos que sentimos prazer ao ver o outro cair... mais um anjo caído, mais um que chega para a fila que está andando. Porque não vemos o que o coração sente porque este permanece cego para os sentimentos que a razão e o egoísmo cruel e sarcástico nos leva a esconder.
O belo nos agrada... segunda-feira eu vou vê-la de novo no ônibus de manhã. Apesar dessa pequena reflexão mal articulada, não sei qual será minha reação... vou vê-la e admirá-la por mais um tempo indefinido, vou chegar e tentar desmistificá-la para que ela pareça mais humana do que suponho, ou então ficarei na imaginação e na devoção eterna e darei atenção a menina bonitinha que vem para a faculdade... ou na mulher madura que conversa legal... e tentar levar, sem análises ou cirurgias, uma vida vazia, tentando ser menos fútil possível. Se isso for possível com essa reflexão acima.

Um comentário:

Anônimo disse...

Amei o post, Je! Sempre com lindas palavras. Congratulations!

O A.V.C. tá meio deixando mais que entusiasmada.

Je, terminei o 2 capítulo do nosso livro (ousadia minha chamá-lo de livro rsrs). Agora é contigo. No meu blog tem o cap. http://clubedolivro.blogspot.com

Tha