segunda-feira, 15 de junho de 2009

Air France

Tá tá tá... não é de minha índole (HUM!) parecer piegas, especialmente me manifestar por conta de tragédias cotidianas... tragédias HUMANAS(para mim, certas demonstrações são sim verdadeiramente piegas e gratuitas)... mas esse texto ficou muito bonito e bacana... nada que não tivéssemos lido, visto ou pensado antes...mas é sempre bom relembrar o quanto temos que viver....e sermos plenos... seja na alegria, ou na tristeza... e sem essa de que a morte nos separa... o que nos separa é somente o momento em que não pensamos um no outro...somente UM momento.....

o resto é resto.... fragmentos espalhados em nossos "eus" perdidos... ou espalhados em algum ponto de 4 a 6 mil metros de profundidade...

triste....

tenho saudades de vocês.....


UM DIA....

Aí um dia...você toma um avião pra Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou.

Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de

você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir

na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro

filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o

cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo

de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você

nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.





Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios.

Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou

de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda

incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas

preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao

seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências

nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que

sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia

lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de

amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time

faça uma boa temporada, o tesão que você sente pela ascensorista com

ar triste. Suas noites de insônia, essa sinusite que você está

desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à

academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos

amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas

de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para

resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso

fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes

lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não

volta a acender mais. Fim.





Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos

possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer.

Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não

cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo,

de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons.

Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança.



No fundo, só existe o hoje...


(Não sei o autor...recebi por e-mail de minha amiga Renata Hespanhol, Italiano ou Guarujá Girl!)

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