sábado, 6 de junho de 2009

... claras e impróprias divagações sobre o amor existente num trecho de música de joy division... ou... a hora que passa... e não devia...

... e ele estava sentado completamente imóvel como fazia todos os dias... quando o objeto de seu desejo ameaçou virar a esquina da praça cruzando com o banco no qual ele estava preocupadamente sentado – possivelmente descansando? não, a julgar por suas intenções de vê-la passar... ela aparece... sua boca ameaça abrir num súbito sentimento de desespero... suas mãos de um tremor quase incontrolável... se estivesse de pé, suas pernas se curvariam num violento desequilíbrio... seu coração dispara e a única coisa em que ele pode pensar ante um desespero digno dos velhos e bons tempos da puberdade, quase o fariam ter, ali mesmo, um gozo descontrolado, enlouquecido e tímido do tempo em que o banheiro era seu melhor amigo – estranhas divagações sobre o rito de passagem numa hora inapropriada... - e ela passa... como descrever o quanto seus movimentos o faziam pensar em claras e nada ortodoxas imagens de despudor total? claro que ele a agarraria de todas as formas existentes e até mesmo das que não existiam porque ele simplesmente a desejava... a amava? talvez... já que, para ele, sentir tudo isso por uma pessoa não se tratava apenas de puro e simples desejo... seu perfume era doce e ele poderia distingui-lo a milhões de quilômetros ... ou até onde fosse possível distinguir qualquer coisa além do óbvio e inevitável parecer de que a vida nada mais é que a efêmera essência de um dia... de uma brisa... de um momento... ou dela que passa... agora... e vira a esquina... deixando-o completamente louco!... e ficaria ali... imóvel.... até que sua doce e romântica paixão platônica adolescente passasse novamente... e ele ficaria ali até quando? até quando? até o amor separá-los como dizia a música do joy division? ficaria ali até que o horário de ir pra facul chegasse... e até chegar amanhã, no mesmo horário... e até chegar depois de amanhã... o namorado dela sempre a esperava no ponto de ônibus – o mesmo que ele estava e sempre esteve... e a dele também... o amor os separará e ele ficará lá até quando? até amanhã... foi o que ele disse ontem tentando capturar um mínimo de coragem... ela é mais linda nos braços dele... ela é eterna nos meus!!!... se um beijo acontecesse... o que seria do coração? explodiria... e então morreria... feliz... porém algo digno... até quando? até amanhã... como disse ontem... e como dirá amanhã...

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